Já o mercado global de arte funciona como uma gigantesca máquina de consenso, que atribui e reconhece (muito) valor inequívoco a um grupo de artistas consensuais, inflacionando os preços das suas obras.
O caso de Andy Warhol é disso um exemplo, com as suas obras a valorizarem anualmente acima de 10% (14,2% entre 2003 e 2017, de acordo com a Sotheby’s). Já o artista contemporâneo Baksy valorizou em 2022 mais de 30%.
O site Masterworks permite aos mais de 755 mil membros que compõe a sua comunidade de investidores em arte, adquirirem frações de obras que o site adquire e mantém, que podem depois ser negociadas num mercado interno próprio. São já mais de 300 obras adquirida, avaliadas em 814 milhões de dólares.
A pintura é o principal alvo dos investimentos do site e continua a ser a forma de arte mais valorizada. Em 2022, Femme nue couchée, de Pablo Picasso, foi vendida por 76,5 milhões de dólares.
Mas também os originais fotográficos têm vindo a ganhar valor. Uma fotografia de 1942 do fotógrafo de paisagens Ansel Adams atingiu um valor próximo do 1 milhão de dólares.
Destacando-se nos anos 80, a partir dos graffitis, a arte de rua, muito ligada ao ativismo social, tem igualmente vindo a ganhar notoriedade e valor, tendo a mais famosa obra de Banksy (Girl With Balloon) sido vendida em 2018 por 1,4 milhões. Do mesmo autor, o exercício de destruição da arte Love is in the Bin) seria vendido em 2021 por 25 milhões de dólares.
A mais recente forma de arte, ou cripto arte, assente na tecnologia blockchain, permite aos seus detentores possuírem objetos digitais únicos. Por mais que dos mesmos sejam possível fazer copy & paste, a possibilidade de se obter a titularidade exclusiva de uma música, vídeo ou imagens, conferem valor aos tokes não fungíveis (NFT).
No longo prazo está provado que o investimento nas chamadas belas artes compensa. Não sendo acessível aos pequenos e médios investidores, a possibilidade de poderem adquirir frações faz com que na realidade possam beneficiar de um mercado em crescimento que nos últimos 26 anos ultrapassou o índice S&P em 131%.
A arte contemporânea valoriza mais que o ouro ou o imobiliário, mas deve ser vista como um investimento de longo prazo, sugerindo-se o prazo de 10 anos entre a sua aquisição e venda. A Masteworks mantém as suas obras adquiridas entre 3 a 10 anos e o lucro das vendas é distribuídos pelos seus membros que nelas investiram através da aquisição prévia de ações fracionárias.