14 de agosto de 2023

Sell in may and go away ou o seu contrário?

Trata-se de um aforismo muito conhecido e corrente nos mercados de ações e que é seguido por muitos como estratégia de investimento. 

Na origem desta “estratégia” estará o clima… Com maio chegam as temperaturas mais altas e supostamente os investidores, para fugir ao calor, vendiam os seus ativos para obter a necessária liquidez para irem de férias e depois voltarem com as temperaturas mais amenas.

Eventualmente este fenómeno teria as suas repercussões quando os mercados estavam muito centrados na bolsa londrina. Entretanto globalizaram-se os mercados e a temperatura também varia muito nos diferentes locais do globo. Não é verão para todos ao mesmo tempo…

Diversos crashs nas bolsas, que coincidiram com o período entre maio e outubro, ajudaram também a cimentar a ideia de que este seria um bom período para se estar afastado dos mercados.

Afinal, o crash de 1929 decorreu entre setembro e outubro, destacando-se a famosa sexta-feira negra de 24 de outubro. Temos depois a segunda-feira negra de 1987, no dia 19 de outubro, sem esquecer o rebentamento da bolha das dot.com que se estenderia de março a outubro, altura em que os valores de mercado bateram no fundo.  

Mais recentemente, a maldição do mês de outubro repetia-se, com as quedas de 2008 por altura da falência do Lehman Brothers e de 2011 após a revisão em baixa do rating da dívida dos Estados Unidos.

Não obstante estes acontecimentos traumáticos para os investidores, que parecem justificar o aforismo de cautelosamente se retirarem do mercado em maio e voltarem em novembro, numa análise objetiva do comportamento dos mercados nos últimos 50 anos, verifica-se que em média os períodos entre maio e outubro apresentam uma tendência positiva.

No que respeita ao mercado das criptomoedas, note-se que a última grande alta se registou em novembro 2021, numa altura em que, contrariado a “estratégia”, teria sido prudente precisamente entrar em maio e ter saído em novembro.