29 de janeiro de 2022

Criptomoedas. Vale a pena ?

A palavra cripto vem do grego kruptós, que significa aquilo que está oculto, escondido, secreto. O investimento em criptomoedas ainda é também, para muitos, uma realidade longínqua, oculta... Mas o dinamismo dos players deste mercado, desde logo as exchanges (equivalentes às corretoras) e as suas arrojadas jogadas de marketing, parecem indiciar que caminhamos para uma realidade em que de oculto e escondido, o universo das criptos passe definitivamente para o campo mainstream da sociedade e se acabe por banalizar. 

Uma questão de sorte

Quase todos nos queixamos que não temos sorte mas, no fundo, temos uma certeza oculta: sabemos que as coisas podem mudar de um momento para o outro. Ainda mais porque se há alguém que merece ter sorte, somos nós! Somos muito mais otimistas que o nosso pessimismo aparente deixa transparecer. Afinal, o fadista é um sortudo. Diz que amou e perdeu, como alguém que foi rico e ficou pobre. Mas antes amar e perder, que nunca ter sentido o gosto do amor...ou do dinheiro!

Ganhar mais, a procura pela sorte sob essa forma maravilhosamente materialista e soez que é o dinheiro, é um sonho cada vez mais perseguido pela humanidade! É verdade. Passou das pessoas, de alguns, para muitos, para a humanidade. É um frenesim! Nos jogos de casino, nos jogos de apostas desportivas, nas lotarias e raspadinhas, nos lotos e euromilhões, no forex ou nos mercados de ações, todos reservamos um pouco da nossa atenção e dinheiro, buscando a sorte. Por muito elevadas que sejam as probabilidades de não a alcançarmos, teimamos em desafiar as odds.   

Parecem ser tantos os ricos ou aqueles bafejados pela sorte, porque não juntarmo-nos ao clube? 

O investimento, chamemos-lhe assim, em criptomoedas começou a entrar com mais força no radar dos investidores (e jogadores, e especuladores) a partir de 2017. Na origem das criptomoedas esteve a primeira, a que inaugurou a tecnologia blockchain, onde todas as restantes assentam: a todo poderosa Bitcoin, atualmente a mais transacionada entre as milhares e milhares de criptomoedas e tokens entretanto criados. No final de 2021 contavam-se mais de 14 mil criptomoedas criadas, das quais 2 mil tinham-se evaporado... A fraúde adora criptomoedas.

O chamado ouro da internet viu a luz azul em 2008, poucos meses após a hecatombe do Lehman Brothers e no ano seguinte começava a ser “minerada” embora não tivesse qualquer valor tangível. Com bitcoins não era possível comprar absolutamente nada. Era então apenas uma excentricidade tecnológica, vista como uma curiosidade inútil, um ar da sua graça geek

Em 2010 deu-se a primeira transação, com a aquisição de uma pizza, paga com bitcoins. Popularizou-se q.b. e no ano seguinte cada uma já valia 3,3 dólares, valor que triplicaria em 2012. Entre 2013 e 2015 a moeda estabilizaria entre os 200 e 300 dólares. Havia gente então a vangloriar-se de terem vendido com um lucro fantástico... Haveriam de chorar mais tarde. Em 2016 voltaria a duplicar de valor, mas é em 2017 que se dá o grande boom, quando o se multiplica por 10 em valor!
 
Será agora a altura certa para se entrar neste investimento ? 

Esta é a pergunta de um milhão de dólares (mais ou menos 20 Bitcoins). Este texto está a ser escrito em janeiro de 2022, poucos dias depois de um dip, que na realidade foi antes um colossal crash nas criptomoedas que provocou, no espaço de uma semana, a fuga de 40% de todo o dinheiro investido neste mercado. Estaremos a viver um inverno severo pois os preços não têm parado de descer, depois dos máximos de novembro de 2021.
 
Mas...

Só se perde ou se ganha quando se vende! Como unidade monetária, o valor da moeda (virtual) Bitcoin continua estratosférico se compararmos com qualquer outra moeda física ou até as restantes criptomoedas. Atualmente os comuns mortais não a compram por inteiro, mas frações (centésimas ou milésimas). Já se chama Satochi à menor unidade de uma Bitcoin, uma espécie de átomo de Bitcoin. Desde que se disponha de um valor mínimo próximo dos 100 euros, será possível então adquirir 3 milésimas de Bitcoin, aos preços atuais. Com os mesmos 100 euros podemos comprar milhões de outras criptomoedas bem menos valiosas. Há criptomoedas a valer 0,00000...dólares!

Imprevisibilidade e volatilidade são características dos mercados mas que aumentam exponencialmente no caso das criptomoedas. A teoria do caos diz que uma borboleta bate as asas na China e provoca um tornado no Texas! Uma subida de 1% no Nasdaq pode provocar um tsunami nas criptomoedas. O contrário, também se aplica: o Nasdaq resvala uam décima, e dá-se uma hecatombe nas criptos.

Como qualquer outra atividade, o mercado das criptos envolve ação humana, percepções, ambições, medos, uma mescla de emoções guiadas pelas notícias e boatos. Logo, outra coisa não podemos esperar que não seja o caos e irracionalidade.

Como investir em criptomoedas ? 

Manda a sensatez que qualquer dinheiro que investirmos nos mercados seja apenas aquele que possamos perder. Porém, numa ótica de longo prazo, investimentos em ações ou agora em criptomoedas, têm-se revelando proveitosos no longo prazo.

O investimento em criptomoedas está á distância do nosso telemóvel. Não propriamente de um clique porque serão precisos vários cliques. Mas é simples. Existem várias exchange (corretoras) que têm as suas apps disponíveis para instalação. Após um registo que obedece a algumas formalidades, mas que é rápido, permitem começar logo a comprar e vender criptomoedas.

A app Crypto.com é a exchange que o Alto Risco utiliza. Tem um interface sóbrio mas intuitivo e disponibiliza um cartão Visa de débito que permite gastarmos criptomoedas para efetuarmos compras em qualquer loja que aceite cartões Visa. Por sua vez, uma percentagem do dinheiro que gastarmos ao pagar com o cartão, é convertida para a nossa carteira em CRO, a moeda da Crypto.com. Um bem-vindo cashback, portanto. Oferece 25 dólares para novos investidores.